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JANAINA- UM CONTO DE AMOR
A TEMPESTADE
O barco fez-se ao mar.
Um vento ameno, mas abafado, soprava com maus prenúncios.
Ela ficara no mirante, angustiada, vendo seu homem partir em outra jornada.
À noite e o mar estavam escuros, e a lua parecia um enorme olho amarelado, igual aos da coruja que de um galho observava tudo em silencio.
Porque aquela ansiedade em seu peito, já que tantas vezes a mesma cena repetira-se.
Somente quando viu a embarcação sumir na trilha do luar, voltou para casa.
Colocou mais lenha no fogão, ajeitou a toalha da mesa, e por fim ajoelhou-se frente à Santinha onde a chama de uma vela bruxuleava iluminando os olhos azuis da imagem.
De mãos postas, rezou por longo tempo.
Enquanto isso, seu homem, jogava as redes e pensava em seu amor.
Queria tanto dar-lhe tudo que a fizesse mais feliz, mas os peixes estavam ficando cada vez mais raros.
Absorto em pensamentos não percebeu que a lua se escondera entre nuvens ameaçadoras.
Um raio riscou o céu, e como uma espada de fogo iluminou a noite,
O vento forte sacudiu o barco e o mar encapelou-se.
As ondas corcoveavam como um cavalo xucro, jogando a frágil embarcação de um lado para o outro.
Ele sempre fora forte e corajoso, mas diante a cena dantesca da natureza em fúria,deixou-se cair no fundo do barco, ciente da sua impotência. Não adiantava lutar!
A chuva molhava seu corpo e sua alma. Estava só.
Pensou na mulher que esperava, olhou a sua volta e chorou, misturando suas lágrimas com a água salgada do mar.
Ela, por sua vez viu a tempestade chegar impiedosa. Desesperada, saiu correndo sem saber o que fazer. Chegou até a praia, e frente ao mar, implorou a Janaina que lhe devolvesse o seu amado.
Condoída com tamanho sofrimento e tanto amor, Janaína recolheu as lagrimas que a moça derramava, fez um colar de luz, e ordenou ao mar que se acalmasse. No mesmo instante o mar se aquietou, o vento parou e a lua e as estrelas voltaram a brilhar.
Finalmente ela avistou a embarcação aproximando-se da praia. Nela, o seu homem: assustado, sofrido e ansioso por seus braços carinhosos e amigos.
Finalmente abraçaram-se fortemente e foram ver o veleiro, que quase destroçado balançava suavemente a beira d’ água.
Alegres por estarem juntos novamente, mas em seus corações a certeza que a tempestade levara seus sonhos com ela.
Não poderiam arrumar a casa, comprar roupas novas, fazer a viagem que haviam planejado. Mas isso era o de menos, estavam prontos para recomeçar.
E aí, tiveram uma surpresa. Dentro do barco milhares de pérolas ali estavam!
Janaina, perante a um amor tão puro e bonito, dava-lhes de presente uma pérola em troca de cada lágrima que haviam derramado. Melinda